Wednesday, December 08, 2004

Breakdown

Achei um rascunho velho, mofando no PC esses dias. E resolvi termina-lo... Acho q soh consigo escrever qdo estou mal msm...
Ficou uma merda, mas como eu não tenho nada pra postar aqui, lah vai...
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Deviam ser umas duas da madrugada. Mesmo assim, as luzes da cidade lhe davam uma bela vista. A lua, mais bela de todas as obras do firmamento, parecia brilhar com ainda mais força que o usual. Gentilmente, sentia o frio toque das musas do vento, enquanto beijavam-lhe os lábios, acariciavam seu rosto e brincavam com os seus cabelos. O único som audível era a sua respiração lenta, ritmada. Estava tudo tão calmo...

Era uma boa hora para morrer.

Encurvado sobre o parapeito, simplesmente fitava o horizonte, sem mexer-se mais do que o necessário. Sua aparência transparecia a mais completa calma; seu interior estava arrasado por um turbilhão de dor, confusão e dúvidas. Talvez permanecesse ali, olhando o horizonte, até que o sol nascesse, trazendo consigo um novo dia.

Um novo inferno.

Lentamente, fechou os olhos. Ainda queria chorar, mas não conseguia mais... Lembrou-se dos acontecimentos recentes, viu que não restava mais nada... Tudo havia dado errado...

Normalmente, ele simplesmente teria continuado... Iria seguir em frente com a vida, sempre com um sorriso no rosto... Iria lutar pra passar de ano, pra resolver os problemas... Normalmente, ele teria conseguido deixar tudo aquilo pra trás...

Mas não agora. Não tinha mais de onde arrancar forças. A soma de tudo, de todos esses sentimentos, de todas as decepções... Era cansaço. Estava cansado de viver. Cansado de respirar. Cansado de lutar eternamente, e no fim, sempre acabar perdendo. Nada mais importava... Não havia mais nada.

Apoiou as duas mãos no parapeito. Tomou sua decisão. E...

"Pedro?" A voz feminina veio de trás dele, acompanhada pelo som de uma porta de correr se fechando. Pedro estava tão imerso em si mesmo, que ao ouvi-la, gelou. Levou alguns segundos para conseguir se virar, e quando o fez, a dona da bela voz já estava bem atrás dele.

Por alguns instantes, Pedro se perdeu em dois oceanos. Azuis, belos, e profundos... Ao perceber que estava fitando-a, o transe se desfez, e perguntou:

"Júlia, o que você faz aqui?!" Não conseguia esconder o tom de surpresa, misturado ainda a um certo tremor e rouquidão.

Ela abriu um sorriso envergonhado, andou até o lado de Pedro, apoiando-se no parapeito e passou a olhar para o céu.

"Quando tenho insônia, gosto de vir aqui em cima... Sabe? Olhar as estrelas, relaxar..." E continuou, voltando o olhar para Pedro. "E você...?"

Abriu a boca, mas não saiu som. Olhou para o chão, e tentando disfarçar a voz, disse: "Eu...eu...também estou com insônia..." Tentou esboçar um sorriso para parecer o mesmo de sempre, mas ao invés disso, simplesmente alertou mais Júlia sobre o seu estado.

"Pedro? O que foi? Seus olhos estão meio vermelhos... Você andou chorando?"

Ele recuou um passo, enquanto negava com a cabeça. "Não...Não é isso...eu só...só" A cada palavra que dava, o estado em que se encontrava tornava-se mais aparente. Júlia, percebendo que o garoto logo iria ter um colapso, apertou-o contra si. Ao sentir o abraço, Pedro não conseguiu mais se conter, e deixou sua tristeza fluir.

Por muito tempo, simplesmente permaneceram abraçados. Pedro com o rosto enterrado no ombro de Júlia, chorando. Quando cansaram de ficar em pé, sentaram, continuando abraçados. Ficaram assim, sem trocar nem uma palavra, com júlia alisando os cabelos de Pedro, até que este eventualmente parou de chorar... Mesmo assim, continuaram abraçados, imóveis, apenas ouvindo a respiração um do outro...

1 Comments:

Blogger Rodrigo "Qu4resma" said...

WOA! Eu só tinha conhecimento da metade disso... BOM, pra variar né? ... cya d00d

4:39 PM  

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