Qualquer Um Pode Ser Elvis Presley
Uma noite qualquer, uma chuva que se faz tempestade.
- Eu te amo.
Num beco escuro da periferia, uma jovem finalmente ouve essas três belas palavras que esperou eternamente ouvir de seu amante. Seus olhos enchem-se de lágrimas e seus lábios dão luz à um sorriso. Abre a boca para devolver as mesmas palavras, mas antes que saiam, uma bala perdida atravessa sua cabeça.
As palavras morrem antes de nascer.
E nesse exato instante, o corpo de um garoto de 14 anos termina o trajeto descendente que durou cerca de 20 segundos, espatifando-se no chão. Ele se jogou da janela no quinto andar.
Os pedestres que passarem pela calçada no dia seguinte vão poder apreciar uma magnífica obra de arte moderna.
E numa das coberturas mais caras da cidade, trancado no seu banheiro "chiquérrimo", um popstar se afoga em meio ao próprio vômito.
E um universitário bêbado preso nos destroços do seu Celta geme de dor. Ele não está triste. Talvez esteja bêbado demais para isso, ou, talvez, no fundo de sua alma desejasse a morte.
Mas a família no outro carro com certerza não desejava.
E numa maternidade, em meio aos guinchos de dor de sua mãe, nasce João. Ele chora.
Chora porquê veio da dor, se criará na dor e morrerá em meio a dor.
- Eu te amo.
Num beco escuro da periferia, uma jovem finalmente ouve essas três belas palavras que esperou eternamente ouvir de seu amante. Seus olhos enchem-se de lágrimas e seus lábios dão luz à um sorriso. Abre a boca para devolver as mesmas palavras, mas antes que saiam, uma bala perdida atravessa sua cabeça.
As palavras morrem antes de nascer.
E nesse exato instante, o corpo de um garoto de 14 anos termina o trajeto descendente que durou cerca de 20 segundos, espatifando-se no chão. Ele se jogou da janela no quinto andar.
Os pedestres que passarem pela calçada no dia seguinte vão poder apreciar uma magnífica obra de arte moderna.
E numa das coberturas mais caras da cidade, trancado no seu banheiro "chiquérrimo", um popstar se afoga em meio ao próprio vômito.
E um universitário bêbado preso nos destroços do seu Celta geme de dor. Ele não está triste. Talvez esteja bêbado demais para isso, ou, talvez, no fundo de sua alma desejasse a morte.
Mas a família no outro carro com certerza não desejava.
E numa maternidade, em meio aos guinchos de dor de sua mãe, nasce João. Ele chora.
Chora porquê veio da dor, se criará na dor e morrerá em meio a dor.
1 Comments:
Caramba... Estou boquiaberto, não sei nem o que dizer... Ótimo, quer dizer, PERFEITO...
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