Saturday, February 17, 2007

O Ministério Da Saúde Adverte: Esse é um post completamente fútil. Além disso, é o tipo de post que o seu avô-que-cuspia-no-chão-e-não-usava-shampoo-só-sabonete definiria com elegância como "puta baitolagem", afinal falar de cabelo (ou da ausência de) é um sintoma de metrossexualidade (eca!). Mas, enfim, por mais que goste de tentar manter minha fama de Ogrous-Quase-Neanderthalis, tenho que botar isso pra fora: CABELO RASPADO É UMA MEEEEEEEERDA, CARALHO! TOMAR NO CÚ! (note que os palavrões são uma pobre tentativa de mostrar masculinidade).

Enfim, no começo parece genial: Quem teve uma juba por aí a vida toda sabe como é horrível nos dias quentes de verão, quando o calor bate e o efeito estufa toma conta da cabeça. Então, lá vai você e raspa a bendita juba e, de repente, entra num mundo bem ventilado. Sim, você fica literalmente com a cabeça fria. Isso é bem legal. Também são bem legais as primeiras piadinhas de humor negro envolvendo câncer e grupos neonazi.

O que não é nem um pouco legal, e você vai perceber quando andar por aí careca e sem boné, porque afinal você nunca usou merda de boné na vida, é: O couro cabeludo é a segunda parte do corpo humano que menos recebe sol. E quando, num belo dia, você acordar com a merda do aeroporto de mosquitos tostado, você vai perceber que talvez raspá-lo não tenha sido uma idéia tão boa assim.

E, bem, espere até você ficar com saudade do cabelo. Sim, isso parece uma puta boiolagem e coisa de mulherzinha e o escambau, mas, PORRA, se mais da metade dos homens não vai ter mais cabelo aos 40, não seria ideal aproveitá-lo agora?

E, sim, esse era apenas mais um caso de "necessidade de surtar no blog". Sue me, bitch.

Saturday, February 10, 2007

Quando ela foi embora

Dentro, música. Fora, chuva. Algum lugar entre isso, ele e ela.

Distantes um palmo; de todo jeito, distantes. Dois pares de olhos fixos em algum ponto depois da neblina; gotas de chuva molhando os rostos. Entre a música abafada pelas portas de vidro e o barulho da chuva atingindo o solo, uma atmosfera de silêncio engloba o par.

Não um silêncio asfixiante ou constrangedor ou mera falta de assunto. Até porque assunto nunca faltava; eram duas pessoas tímidas, caladas, mas com muito a dizer. Conversar, algo que ele achava difícil e muitas vezes excruciantemente irritante, era algo fácil e natural de se fazer com ela. E ela... ela sabia que ele a ouvia, de verdade. Não apenas assentia com a cabeça ou fingia prestar atenção: Ele se importava.

O silêncio aqui presente é aquele que nasce quando já não há mais nada a dizer; o silêncio que surge após todas as coisas certas terem sido ditas. Um silêncio nascido da perfeição.

Até que, por mais que ambas as partes queiram adiá-las, palavras escapam e cortam o ar, dilacerando a quietude; só se pode esperar da perfeição um momento.

"Tenho que ir." Seus lábios mal se abrem, seu corpo se vira e, com pressa, caminha até a porta. Uma de suas mãos a faz deslizar.

A mão direita dele se lança à esquerda dela. Encarando os longos cabelos castanhos dela, diz:

"Não esqueça: Nós sempre teremos Londres."

Ele não pode ver, mas ela sorri.

"Te vejo em Whitechapel"

As mãos se soltam.