Wednesday, April 26, 2006

What Petey Did

e dos céus flamejantes escorrem lágrimas de prata]

[caindo sobre meus olhos, encharcando esse sorriso e este frio abraçando minha doce melancolia. Por favor, não me entenda errado. The dreams we had have faded. E, com um tiro, me perdoe. E que Deus te perdoe.

E, talvez, eu tenha sido muito apressado Muito intenso, Talvez tenha sido apenas cego, ou bêbado demais na tua amável falsidade, talvez talvez. Talvez eu merecesse isso,

não é mesmo?

e até mesmo aquele que viajava por mares tempestuosos no invencível Albion, aquele que procorou - será que achou? - Arcadia... Até ele, o homem que seria Rei, se perdeu e agora nada mais é do que um escravo de sua própria loucura, de sua arrogância e - por que não?- de s e u s sonhos.

Hoje, ó pobre homem, és apenas um bobo. Mas alegra-te, o reino que seria teu prospera, ó idiota.

Essa noite, enterre a última faca no meu peito. Meu fim não seria diferente ao daqueles que foram iguais a mim, seria? Sim, somos, fomos, seremos todos iguais em tudo - até o fim. Então, por favor,~não estupre minha dignidade, faça do meu peito bainha dessa tua lâmina horrenda.

Estivemos nas revoltas, tiraram nosso sangue, o sol nasceu e nossas ciranças morreram. Dançamos sobre esta terra, é hora de descansar sob ela.

Admita: Você vai me trair de novo, eu sei, oh como eu sei. Então, não seja tímida: Acabemos logo com isso.
(e a chuva será minha testemunha. Cada gota que caiu sabe disso: Naquele momento, ao menos, fui feliz)

http://www.babyshambles.com/books.html

Wednesday, April 12, 2006

A felicidade pode ser encontrada numa guitarra próxima à você.

Esqueçam as igrejas. Foi-se o tempo em que elas poderiam dar alívio pra alma, exorcizar os teus demônios interiores ou onde você encontraria gente com princípios e valores parecidos com os seus. Hoje, elas só querem saber do seu dinheiro.
Não percam seu tempo indo à igrejas, irmãos. A salvação das nossas almas agora reside nos shows. Shows de rock, no meu caso e no seu também, espero. Não, shows de rock não são apenas um bando de gente pulando e um grupo de caras tocando num palco. É uma massa gigantesca de pessoas que procuram a mesma coisa, sentem as mesmas coisas e um grupo de pessoas num palco botando pra fora seus sonhos, suas dores, sua energia... Quase como se abrissem suas entranhas e as jogassem para a multidão devorá-los, para matar sua fome de vida, de sensações, de cultura.
Acredite, é muito mais provável que você atinja o Nirvana que em qualquer templo budista. Lá, no meio da massa, suando, sendo empurrado e tendo os pés pisoteados; completamente anestesiado, com apenas a música e a miríade de sensações que você está experimentando na sua cabeça; você aprende/percebe/nota coisas que você jamais viria a entender, não tivesse estado lá naquele momento.
Posso dizer que se alguém gosta de cinco bandas que eu também goste nós provavelmente viríamos a ser amigos caso nos conhecêssemos; diga-me o que ouves e eu te direi quem és. E é isso que um show é, uma multidão de desconhecidos-amigos participando de um gigantesco ritual de liberação. Enfim, experimente um show. Garanto que vai ser mais divertido que ir à missa ;)

Sunday, April 02, 2006

O corpo esparramado sobre a grama molhada, os braços lhe servindo de travisseiro, os olhos passeando pela noite. As estrelas parecem próximas, tão próximas que poderiam cair a qualquer momento...

Deve ser a vodka barata.

Um sorriso besta no rosto, o cérebro de férias, e uma sensação estranha... Algo que não sente há tempos, uma leveza no peito... Ah, é. Alegria. Fecha os olhos e delira.

Afinal, delirar é viver.

- Porra, você bebeu demais.
Ao abrir os olhos, encontra com as pernas de um velho amigo.
- Você também.
- Você não bebe tanto quanto eu.
- Quer apostar?
Ele não responde, e ao invés disso, senta-se na grama.
- O quê cê tá fazendo aqui? A festa tá foda.
- ...I'm just singing my songs, people tell me I'm wrong... Fuckers.

E, do nada, lá estavam os dois. Cantando, desafinados, esquecendo a letra, lembrando, cantando em embromation, com ritmo ou sem ritmo, rindo... Enfim, apenas dois jovens bêbados se divertindo. Mas, enfim, a música acaba. Sempre acaba.

- ...
- ...
- ..... Cara, todo dia devia ser assim.
- Assim como?
- Sei lá... Como um clipe do Libertines. Ou melhor, como uma canção deles.
Antes que o outro tenha chance de continuar, a conversa é interrompida por um "EEEEEEI!"
Olhando na direção da voz, os dois vêem uma garota ruiva, completamente molhada, com as sandálias nas mãos, vindo na direção deles.
- O que aconteceu com você?
- Aaaahn... Me jogaram na piscina.
- É, dá pra ver.
- Mas, enfim... eu vim chamar vocês de volta pra festa.
Os dois amigos se entreolham.
- E então, ainda aguenta mais birita?
- Cara, hoje eu vou enfiar o pé na jaca.

Os dois se levantam, cada um puxa a garota por um braço, e correm em direção à casa onde a festa acontece. Tropeçando, rindo, caindo, levantando. E, durante essa noite, seriam apenas um bando de libertinos.

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Sim, eu estou feliz. Sei lá, desde sexta passada (natasha espanca x_x) os dias tão bem legais.
Minha pontuação no pss foi 7 32, agora só falta descobrir o que quero da vida... (XisDê)

Saturday, April 01, 2006

What became of forever.

E a chuva cai. Como se o sangue dos Deuses escorresse dos céus, purificando este mundo podre, cada gota limpando um de nossos inúmeros pecados.

Um carro pára no acostamento de uma estrada. Ao fundo, escondida pela neblina, uma praia onde ondas quebram furiosas. A porta do carro se abre, um pé descalço dá um passo em direção à praia. Sem se importar com a chuva torrencial que cai, o homem caminha lentamente, olhos fixos nas ondas que quebram. A areia fria estranha os seus pés; o vento tenta empurrá-lo, como se estivesse adentrando em território proibido.

Passos incertos por caminhos conhecidos. Mémorias vão fluindo e se fundindo com a paisagem; mémorias de outra estação, outro tempo. Outra vida.

Espirra. Encharcado e tremendo de frio, provavelmente vai pegar uma gripe. Se tiver sorte, pneumonia. Deita. E, sentindo as gotas molhando seu rosto, adormece.

Após um sono sem sonhos, acorda. Sentindo o frio lhe abraçar e sob um céu avermelhado. O sol vai se escondendo atrás do horizonte, Espirra. Realmente vai pegar uma gripe.

Senta, olha para o mar. Memórias indo e vindo com as ondas. Se perde nelas.

Até que uma voz o traz de volta:

- Já faz um tempo, não?

A uns metros, vindo em sua direção, vem uma mulher de sua idade. Com roupa pra caminhada, os cabelos pretos tingidos de ruivos, aquele velho sorriso no rosto. Maldito sorriso.

- Me diga que você é uma alucinação.
- Também senti saudades.
- O que diabos você faz aqui?
- Comprei uma casa por aqui, faz uns anos. Venho para cá quando preciso de inspiração...
- Que decepção. Nunca pensei que você fosse do tipo saudosista, Julia.
- Aparentemente, eu não sou a única. O que o traz de volta a esse paisinho de terceiro mundo?
- Você não soube? O André morreu.

Silêncio. Julia parece ter recebido um soco no estômago. É uma piada. Só pode ser uma piada. Mas não, não é uma piada.

- Como...? Quando isso aconteceu...?
- Há uma semana.
- Ele... ele morreu... de quê?
- Advinhe.
- Overdose...?
- Ha, não. Seria uma morte mais digna dele. Mas, não. Ele estava limpo há uns 2 anos... tinha se ajeitado. Estava noivo e tudo. Mas, então... Ele morreu num acidente de carro. E não era ele que dirijia bêbado.

Ela se senta ao lado dele.

- Mas... o que você está fazendo aqui?
- Vim me despedir.
- Você não foi ao enterro?
- Sim... Mas não era o meu amigo que estava lá. Ele ficou em algum lugar nessa praia.

Silêncio.

- ...Você está todo molhado. Não quer ir para minha casa, se enxugar...?
- Pela aliança no seu dedo, você ainda está casada com aquele idiota.
- Não, esse é outro idiota.
- Vou indo. Manda um abraço pra tua filha.

Ele se levanta.

- Fique. Por favor...
- Nem eu nem você somos os mesmos. Pra quê ficar?
- Por isso mesmo... Talvez agora dê certo.
- ...Talvez não é o bastante. Adeus, pra vocês dois.

Já está escuro quando ele volta ao carro.